
Comunidade presta homenagem ao ibirubense conhecido por sua gaita, seu sorriso largo e o carinho com amigos e família
Há quatro anos, Ibirubá se despedia de um de seus ícones culturais mais queridos: Cláudio Augusto da Motta, o gaiteiro pilchado que espalhava alegria por onde passava. No dia 26 de março de 2021, aos 44 anos, Motta faleceu em decorrência da Covid-19, deixando um vazio nos palcos e nos corações de quem o conheceu.
Cláudio era mais do que um músico. Era símbolo de hospitalidade, de paz e de carinho com o próximo. Nos eventos, sempre vestido à caráter, com chapéu bem colocado, sorriso largo e a inseparável gaita ponto, era presença garantida em casamentos, formaturas e bailes. Sua forma de tocar e de viver encantava a todos, como foi lembrado na homenagem realizada por músicos e amigos“Motta não fez guerra com ninguém, era um semeador de alegria”, disse Dudu Amarantte,compositor da música ''A história te lembrarás', .
A canção teve como ponto central a gaita – símbolo máximo da presença de Motta. Um dos versos declamados emocionou os presentes: “Dá-lhe um grito e um sorriso que o povo quer te escutar. Abre a gaita Cláudio Motta, tapeia bem teu chapéu”. A imagem do gaiteiro sorridente continua viva, como uma melodia que ecoa além do tempo.
Nas redes sociais, as manifestações de carinho foram muitas. Fernando Bittencourt, parceiro de palco por 30 anos na dupla Fernando & Motta, publicou um vídeo em homenagem ao amigo. Na legenda, escreveu: “Mano véio, continue proseando comigo nos sonhos. Assim a saudade ameniza. Tua energia e brilho continuam presentes pelos palcos onde passo. Até um dia!”. Foram vários estados e quatro países em que Motta deixou sua marca.
A comoção que marcou o dia de sua morte, em 2021, foi acompanhada por uma carreata que percorreu as principais ruas da cidade. Um cortejo silencioso, mas cheio de sentimento, prestando a última homenagem ao mestre da gaita ponto.
“Era só abrir a gaita que ele já temperava o ambiente com alegria”, recordou Izake Ruschel, destacando a capacidade de Motta de transformar qualquer reunião em festa. E mesmo após sua partida, essa sensação permanece: sua música continua a embalar encontros, a inspirar músicos, a confortar corações.
Hoje, quatro anos após sua despedida, a comunidade reafirma o que já sabia: Cláudio Augusto da Motta não foi apenas um artista – foi um patrimônio afetivo e cultural de Ibirubá. E, como diz a homenagem, os bailes seguem, agora no céu.