01 de Agosto, 2025 09h08mEntrevistas por ANDREI GRAVE

Servidor desde 1972, Arizinho completa 53 anos de dedicação à Prefeitura de Ibirubá

Ele conhece os imóveis do município, registros de terrenos e cada canto da cidade como a palma da mão

Com trajetória iniciada ainda menor de idade, fiscal aposentado segue atuando por amor ao serviço público e à cidade

Aos 69 anos, Ari Ramos Roque completa mais de cinco décadas de dedicação à Prefeitura de Ibirubá, em uma trajetória iniciada ainda em 1972, como auxiliar de limpeza. Foi o começo de uma história que atravessou gerações de prefeitos, reformas administrativas, mudanças políticas e transformações na cidade. Convidado por diferentes gestores ao longo dos anos, Arizinho segue atuando por amor ao trabalho e ao vínculo que construiu com a comunidade e com os colegas.
"Eu entrei aqui em 1972, no tempo do prefeito Edgar Otto Fleck. Comecei passando cera na prefeitura junto com o Martin Becker, toda sexta-feira. Depois fui crescendo, fiz concurso em 1983 para auxiliar administrativo e mais tarde para fiscal de obras", relembra. 
Ele se aposentou como fiscal em 2003, mas retornou logo em seguida como cargo de confiança. Permaneceu com os prefeitos Mauri Barros Heirich (Lulo), Gustavo Roberto Schroeder (Fucks), Carlos Jandrey, Abel Grave e atualmente Jaqueline Winsch. "A Jaque disse: ‘Se eu ganhar, quero que tu continue’, e aqui estou," conta. 
Aos poucos, Arizinho passou de auxiliar para referência técnica da Prefeitura. Atualmente, ocupa o cargo de coordenador de planejamento, mas sua presença vai muito além da função formal. Conhece como poucos a estrutura da cidade e é considerado um “arquivo vivo” do setor público. “Hoje a gente ainda ajuda a fiscal nova que veio de fora, dou apoio à engenharia, à Câmara, à assistência social, à educação. Quando dá problema, me chamam: ‘Ari, tem um pepino pra resolver’. Isso me faz bem, me sinto útil.”
Ari lembra com carinho dos colegas que iniciaram com ele, como o Olavo Budke, também aposentado. “Da turma de 1972, sou o único que ficou direto até hoje. Os outros pegaram outra lei de estabilidade, mas não são concursados. Eu fui concursado, me aposentei e segui como CC.”
Com orgulho, ele fala da origem familiar ligada à Prefeitura. É filho de Assis de Souza Roque e de Delícia Ramos Roque, ambos servidores. “Foi a mãe que me arrumou a primeira vaga. O pai era chefe da equipe de pontilhões e bueiros, fez várias obras pelo interior. Meio-dia e meia ele já tava de volta aqui, comprometido como poucos.”
A dedicação de Arizinho vai além da rotina. Ele conhece os imóveis do município, os registros de terrenos, e até serve de testemunha em processos judiciais envolvendo uso de terrenos e regularizações fundiárias. “O pessoal do cartório liga, do fórum também. Às vezes me emociono, porque me procuram em casa, e isso me faz muito bem. Tenho paixão por este lugar.”
Hoje, Ari se orgulha também da família. Casado com Deli Margarida Roque, proprietária da Tricoarte, pai de Fernando Roque, engenheiro mecânico na Vence Tudo, e de Flavia Roque, farmacêutica casada com o engenheiro Vinícius Fior, ele celebra os frutos de sua caminhada. “Nos domingos, temos almoço com um engenheiro da Vence Tudo e outro da AGCO. É uma bênção. E tenho meus netinhos, Rafaela, Pedro Otavio e Maria Eduarda, que alegram ainda mais a vida.”
Em meio à reforma do setor em que trabalha, Ari confessa que ainda não tirou férias este ano. “Tinha planejado uma viagem com o Jair e o Martin, mas a prefeita pediu pra eu estar aqui dia 2 de janeiro. Isso me faz bem, gosto de estar aqui. Quando tiver que sair, saio com gratidão.”
A história de Ari Roque é rara e inspiradora. Em um tempo em que a rotatividade é alta e os vínculos de trabalho se fragilizam diante de frustrações pequenas, sua jornada prova que respeito, lealdade e espírito coletivo constroem legados duradouros. “O que me manteve aqui foi não me envolver com política, ser homem de confiança e estar sempre disposto a resolver. Isso é o que me move.”
E por tudo isso, o nome de Ari Roque já está gravado na história de Ibirubá – nas atas, registros oficiais e na memória de quem convive com ele.

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