07 de Fevereiro, 2025 09h02mEntrevistas por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Coordenadora de RH da Cotribá explica os desafios da contratação e gestão de pessoas

Fernanda Trombetta compartilha sua trajetória na cooperativa e dá dicas para quem busca uma oportunidade de emprego

Fernanda Trombetta, coordenadora de RH da Cotribá
Fernanda Trombetta, coordenadora de RH da Cotribá

O mercado de trabalho está em constante evolução, exigindo das empresas e dos profissionais uma capacidade de adaptação cada vez maior. As novas gerações trazem perfis inquietos e conectados, enquanto as organizações precisam equilibrar inovação e tradição para manter equipes produtivas. Para entender melhor esse cenário, a Rádio Cidade e o Jornal O Alto Jacuí conversaram com Fernanda Trombetta, coordenadora de Recursos Humanos da Cotribá, que falou sobre recrutamento, desenvolvimento profissional e os desafios da gestão de pessoas.

Fernanda nasceu em Ibirubá, mas passou a infância na localidade de Sede Aurora, em Quinze de Novembro. Filha de produtores rurais, cresceu em meio à comunidade, acompanhando os pais em eventos e ações voluntárias. Desde cedo, percebeu a importância do trabalho e da construção de relações sólidas. “Meus pais sempre foram muito ativos na comunidade, e isso me influenciou bastante. Desde criança, eu já me imaginava trabalhando na Cotribá, porque passávamos frequentemente pela cooperativa, e aquilo fazia parte da minha rotina”, relembra.
O primeiro emprego veio ainda na adolescência, quando cuidava de crianças, experiência que considera fundamental para desenvolver paciência e responsabilidade. Em seguida, fez estágio na agência do Correio de Sede Aurora e, em 2011, aos 19 anos, foi convidada para trabalhar na Cotribá, na unidade de  Quinze de Novembro, como caixa. O desafio era grande, e ela admite que o nervosismo foi um obstáculo no início. “No primeiro dia, eu tremia de nervosa ao abrir o caixa. Nunca tinha lidado com dinheiro naquela proporção e sabia da responsabilidade que estava assumindo”, conta.
O desejo de aprender e crescer profissionalmente chamou a atenção da liderança, que identificou nela um perfil para a área de Recursos Humanos. “Sempre tive curiosidade em entender mais sobre o funcionamento da cooperativa e, principalmente, sobre a relação entre as pessoas dentro do ambiente de trabalho. Isso me levou a participar de programas internos de desenvolvimento, e foi assim que surgiu o convite para integrar o RH, em 2018”, explica.
A mudança foi um marco na trajetória profissional de Fernanda, que precisou sair de casa e se mudar para Ibirubá. O desafio era duplo: adaptar-se a uma nova rotina e aprender sobre um setor completamente diferente. “Foi um período de muito aprendizado. Eu não tinha experiência na área, mas recebi apoio da equipe e fui adquirindo conhecimento aos poucos”, conta. Seu esforço foi recompensado, e, ao longo dos anos, passou de auxiliar para assistente, depois analista e, mais recentemente, assumiu o cargo de coordenadora de Recursos Humanos da Cotribá.

Atualmente, sua equipe é responsável por gerenciar processos seletivos, promover treinamentos e auxiliar os gestores na administração de suas equipes. A cooperativa, que conta com mais de 1.500 colaboradores espalhados pelo Rio Grande do Sul, enfrenta desafios comuns às grandes organizações, como a retenção de talentos e a adaptação às novas tecnologias
“Hoje, o papel do RH vai muito além de contratar.  Nosso objetivo é desenvolver pessoas, criar um ambiente de trabalho saudável e garantir que as equipes estejam alinhadas com os valores da empresa”, ressalta.

Os processos seletivos na Cotribá seguem uma estrutura organizada e estratégica. O primeiro passo é a análise dos currículos e a triagem dos candidatos que melhor se encaixam no perfil da vaga. Depois, são realizadas entrevistas, onde a equipe de RH busca entender a trajetória profissional, as habilidades e as expectativas de cada candidato. “É fundamental que o candidato seja transparente. Queremos conhecer a pessoa como ela realmente é, entender seus pontos fortes e também aquilo que ainda pode ser desenvolvido”, afirma Fernanda.
Durante a entrevista, é comum pedir exemplos concretos de experiências passadas. “Se o candidato diz que tem facilidade em trabalhar em equipe, queremos ouvir um caso real em que ele tenha demonstrado isso. Se ele afirma que é organizado, queremos saber como aplica essa organização no dia a dia. O importante é comprovar, na prática, as competências que estão sendo descritas”, destaca.

A transparência, segundo a coordenadora, é um dos principais diferenciais em um processo seletivo. “Algumas pessoas tentam impressionar dizendo que falam inglês fluente ou que têm habilidades que, na verdade, não dominam. Mas os recrutadores são treinados para identificar essas inconsistências, e isso pode acabar prejudicando a avaliação do candidato. O ideal é ser sincero e demonstrar interesse real pelo aprendizado”, aconselha.
Outro ponto essencial para conquistar uma vaga é a disposição para crescer dentro da empresa. “Os profissionais que mais se destacam são aqueles que têm iniciativa, que querem aprender e que se colocam à disposição para assumir novos desafios. É isso que as empresas procuram: pessoas comprometidas e que estejam alinhadas com a cultura organizacional”, afirma.

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A retenção de talentos é um desafio enfrentado por muitas empresas, e Fernanda explica que isso está diretamente ligado ao senso de pertencimento. “O colaborador precisa entender o impacto do seu trabalho dentro da organização. Ele precisa sentir que faz parte de algo maior, que suas ações contribuem para o crescimento da empresa. Quando isso acontece, as pessoas ficam mais engajadas e motivadas a permanecer”, analisa.

Ela também destaca que o desenvolvimento profissional deve ser uma via de mão dupla: a empresa precisa oferecer oportunidades de crescimento, mas o colaborador também precisa estar disposto a se qualificar e buscar aprendizado contínuo. “A Cotribá investe fortemente na capacitação dos funcionários, oferecendo treinamentos e programas de desenvolvimento. Mas é importante que cada um faça sua parte, aproveitando essas oportunidades e aplicando o conhecimento no dia a dia”, pontua.
Na Cotribá, a tecnologia já faz parte da rotina do RH e de outras áreas, otimizando processos e tornando o trabalho mais eficiente. “A IA (inteligência artificial) não veio para substituir pessoas, mas sim para facilitar o trabalho e permitir que os profissionais foquem em atividades mais estratégicas. O que muda é a necessidade de adaptação e aprendizado constante para acompanhar essa evolução”, explica Fernanda.

Apesar das mudanças e desafios do mundo corporativo, algumas qualidades permanecem essenciais para quem deseja construir uma carreira sólida. 
Fernanda reforça que, independentemente da área de atuação, os profissionais devem ser comprometidos, curiosos e resilientes. “O crescimento profissional não acontece da noite para o dia. É preciso paciência, dedicação e, acima de tudo, a vontade de aprender e se superar a cada dia”, finaliza.

Para quem deseja ingressar na Cotribá, a cooperativa mantém um canal de recrutamento no site oficial, onde são divulgadas as vagas abertas. Entrevistas presenciais são realizadas no supermercado da Cotribá, às segundas-feiras à tarde, e na fábrica de rações, às quartas-feiras à tarde.
 

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