Milhares de pessoas participaram da 71° Romaria ao Santuário Nossa Senhora de Fátima que, após dois anos pandêmicos, voltou a ser presencial. Nem mesmo o clima de inverno em plena primavera, nublado e frio impediu que fiéis, vindos de diferentes pontos da cidade, estado e até fora do RS, acordassem cedo para caminhar junto a Nossa Senhora de Fátima, em demonstração de fé e devoção
Aqui da região dezenas de pessoas fizeram um trajeto um pouco maior que o tradicional trajeto da romaria em Cruz Alta, como um grupo de amigos de Ibirubá que virou a noite de sábado (08) e madrugada de domingo (09) caminhando entre Ibirubá e Cruz Alta para participar da procissão.
Eles partiram por volta das 17h30min do Posto Cotribá e seguiram pela ERS-223 até o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Cruz Alta. Foram 55 km de caminhada durante toda a noite até chegarem já de manhã em Cruz Alta.
Ainda cedo, eles se misturaram aos mais de 120 mil romeiros que foram acolhidos na Catedral e participaram de uma missa de acolhida e por volta das 9h da manhã, acompanharam a imagem de Nossa Senhora saiu da Catedral, em romaria pela rua Coronel Pillar até o santuário, carregada por casais que estarão organizando a próxima edição do evento, e seguida por milhares de devotos.
O Arcebispo de Santa Maria, de Dom Leomar Brustolin, fez a caminhada junto ao povo e, no Santuário, celebrou a missa principal, no altar mor, concelebrada pelos padres de toda a Diocese. O bispo destacou a importância de testemunharmos a fé, a esperança e caridade, enfatizando a importância da boa convivência, do perdão e a capacidade de dialogar. “Hoje estamos aqui, o frio está muito intenso, um dos dias mais frio dos últimos dias, mas, certamente, a presença das pessoas mostra que mais forte que o desafio físico é a nossa fé. E esta fé tem que nos transformar. O Papa Francisco sempre disse que ‘num pós-pandemia nós sairemos melhores ou piores, mas não iguais’. Nem todo mundo saiu melhor. A pergunta que fica é: E eu, como eu saí? E você que nos assiste, como é que está saindo? Está convivendo melhor com as pessoas? Ou não aprendemos? Eu sempre me pergunto: Porque eu sobrevi o covid? Porque eu tive chance de continuar e tantos amigos meus morreram? Isso significa que se nós estamos aqui, hoje, precisamos fazer a nossa parte. Testemunhar a fé, a esperança e a caridade”, reforça.
O Pe. Silvio Mazzarolo, Administrador Diocesano, falou do momento diferente que a Diocese de Cruz Alta está vivendo, ainda vacante. A diocese está sem bispo desde que Dom Adelar Baruffi foi transferido para Cascavel, no Paraná. Ele destacou, também, o retorno da caminhada presencial junto à imagem de Nossa Senhora. “É certamente um momento de fé. Depois de dois anos de pandemia, percebemos que as pessoas estavam com “sede” deste momento, para vir aqui no santuário, pedir e agradecer a Nossa Senhora, mãe de Jesus. Então, é uma prova de fé, uma prova de amor do nosso povo diocesano e, também, povo de outras regiões que estiveram caminhando junto conosco nessa grande romaria”, finaliza o sacerdote.