O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização essencial para falar sobre um tema delicado, porém urgente: a prevenção ao suicídio e a promoção da saúde mental. Cuidar da saúde mental é fundamental para todos, em todas as fases da vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, globalmente, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos. No Brasil, essa realidade também preocupa, com cerca de 14 mil mortes anuais, segundo dados do Ministério da Saúde.
Em um mundo onde o ritmo acelerado e as pressões cotidianas frequentemente levam ao desgaste emocional, o cuidado com a saúde mental tornou-se uma prioridade que não pode ser ignorada. Muitas vezes negligenciada, a saúde mental é um aspecto vital para o bem-estar e qualidade de vida, e sua promoção é fundamental para uma sociedade mais equilibrada e saudável.
A Psicóloga Paula Emanuelle Dierings enfatiza a importância de promover o autocuidado e buscar ajuda psicológica sempre que necessário. Segundo ela, "promover o autocuidado, buscar ajuda psicológica, estabelecer redes de apoio e falar abertamente sobre as emoções são passos importantes para quebrar o tabu em torno do sofrimento psíquico". A campanha Setembro Amarelo vem reforçar essa mensagem, lembrando que é essencial oferecer apoio às pessoas que estão em sofrimento e incentivar estratégias saudáveis de enfrentamento para a comunidade.
Na prevenção do suicídio, o papel do psicólogo é destacado como crucial. Paula Emanuelle Dierings ressalta que "o psicólogo é capacitado para identificar sinais de alerta, como a desesperança, o isolamento e pensamentos recorrentes sobre a morte". Além disso, ela salienta que o atendimento psicológico "oferece um espaço seguro para acolher e trabalhar questões emocionais profundas", sendo uma peça-chave no acompanhamento de pessoas em risco e na redução de fatores que contribuem para o comportamento suicida.
Perder alguém para o suicídio é uma das experiências mais dolorosas que uma pessoa pode enfrentar. Para Paula, o papel do psicólogo nesse contexto é essencial: "pessoas enlutadas por suicídio enfrentam um tipo de luto complexo, muitas vezes marcado por estigmas e isolamento social". O apoio psicológico oferece acolhimento, validação dos sentimentos e suporte contínuo, ajudando o enlutado a encontrar novos significados e a seguir em frente.
"Além disso, o trabalho com grupos de luto pode ser uma alternativa importante para que essas pessoas não se sintam sozinhas", afirma Paula Emanuelle. Dessa forma, o trabalho do psicólogo contribui para a organização dos pensamentos, o alívio da dor e a possibilidade de reconstrução após uma perda tão impactante.
Por fim, Paula destaca a importância do apoio da comunidade, que também desempenha um papel significativo no acolhimento de quem está enlutado. "Ouvir sem julgamentos, oferecer presença e acolhimento emocional, e respeitar o tempo do luto são formas valiosas de ajudar", explica. Pequenos gestos, como estar disponível para uma conversa ou oferecer companhia em momentos difíceis, podem ter um impacto profundo.
Neste Setembro Amarelo, que possamos, como sociedade, não apenas prevenir o suicídio, mas também cuidar de quem enfrenta o luto por uma perda tão dolorosa, promovendo empatia e acolhimento para todos.