A África, continente marcado por uma rica diversidade cultural, belezas naturais e um povo resiliente, também enfrenta desafios humanitários que exigem atenção global. Em uma recente visita a uma região afetada, o país de Madagascar um casal ibirubense testemunhou a dura realidade que muitas pessoas enfrentam diariamente.
Em uma pequena comunidade remota, fomos acompanhar os médicos na triagem das crianças a fim de verificar o índice de desnutrição daquele local. Auxiliamos na retirada das roupas das crianças para pesagem e constatamos que em muitas era difícil a remoção da camiseta pelo pescoço, visto ser de um tamanho muito inferior à idade da criança. Constatamos que se tratava de uma roupinha colocada há muitos anos antes e nunca mais removida, ou seja, literalmente criança cresceu dentro da peça de roupa” Com essas palavras durante a entrevista, Tiago compartilhou suas impressões sobre o cenário desolador: “Quando chegamos àquele lugar, fomos recebidos com olhares de esperança misturados com profunda tristeza, era devastador ver crianças muito magras e sem disposição nenhuma.”
Ana complementou com pesar: “A situação é extremamente complicada. Além da ausência de recursos básicos, como medicamentos e equipamentos, também enfrentamos o desafio da falta de acesso a água potável e saneamento básico. É uma luta diária para garantir condições mínimas de sobrevivência.”, explica.
Nessa experiência marcante, Tiago e Ana compartilharam casos individuais de pessoas que enfrentam adversidades extraordinárias. Eles testemunharam mães e crianças que caminhavam quilômetros em busca de assistência médica para seus filhos, idosos que enfrentavam doenças crônicas sem tratamento adequado e crianças que lutavam contra a desnutrição. Ana acrescentou: “Encontramos uma comunidade inteira que sofria com a escassez de água limpa. As crianças bebiam água suja, o que levava a doenças evitáveis. A falta de saneamento básico também aumentava o risco de infecções. Essas situações são urgentes e requerem atenção imediata.”
Apesar das dificuldades enfrentadas, Tiago e Ana encontram inspiração no trabalho incansável da Fraternidade Sem Fronteiras, uma organização humanitária comprometida em transformar a realidade dessas comunidades. “Observamos a dedicação dos profissionais da Fraternidade em proporcionar assistência médica, oferecer moradia digna, acesso à agua potável, alimentação diária e promover projetos de desenvolvimento sustentável como oficinas de trabalho gerando renda para os moradores da Cidade da Fraternidade.
Tivemos o privilégio de participar da inauguração da Escola Horova, com capacidade para 500 alunos. Hoje ela conta com 12 salas de aulas, oferecendo estudo no período integral, do Ensino Infantil ao Fundamental; três refeições por dia, todo o material escolar e uniforme. Horova significa “um bom lugar no futuro” e queremos que muitas crianças em Madagascar descubram e conquistem o seu bom lugar no futuro. Buscamos novos padrinhos para esse lindo projeto. As histórias compartilhadas por Tiago e Ana refletem a urgência de intervenções efetivas e a necessidade de uma resposta global para enfrentar os desafios humanitários na África. A falta de estrutura, recursos básicos e acesso a água potável e alimentação nessas áreas remotas ressalta a necessidade de esforços conjuntos para combater essas adversidades.
A experiência vivenciada por Tiago e Ana despertou em todos nós a consciência da importância de lutar por melhores condições de vida, especialmente nas áreas mais vulneráveis. O compromisso de organizações humanitárias e indivíduos engajados torna-se fundamental para proporcionar acesso a cuidados médicos, recursos e oportunidades de desenvolvimento.
Porém, a mudança não pode ocorrer somente de fora. É necessário que governos locais, instituições internacionais e a comunidade global estejam unidos nessa causa, investindo em infraestrutura, saúde, educação e programas sustentáveis. Somente assim poderemos construir um futuro mais promissor para a África e para o mundo.
Tiago concluiu: “Apesar das dificuldades e dos desafios que enfrentamos, acreditamos na resiliência e na força dessas comunidades. A fé inabalável demonstrada pelo povo Malgaxe é inspirador. Eles merecem uma chance de prosperar, de ter acesso a serviços básicos e de viver com dignidade. É um trabalho árduo, mas não podemos desistir.”
Ana complementou: “Ao testemunhar a esperança e a determinação dessas pessoas, somos lembrados de que todos têm o direito de viver com dignidade. Nós, como seres humanos, temos a responsabilidade de garantir que ninguém seja deixado para trás.”
Portanto, essa visita nos encoraja a continuar lutando, persistindo na busca por justiça social, igualdade e desenvolvimento. Somente unidos em solidariedade e ação poderemos superar os desafios humanitários na África e construir um mundo onde todos tenham a oportunidade de viver uma vida plena e digna.