Produtores rurais devem realizar as ocorrências policiais dos diferentes tipos de crimes
O Comando Regional de Policiamento Ostensivo da região do Alto Jacuí, que engloba o 16º Batalhão de Polícia Montada, que conta com 14 municípios e o 39º BPM que tem 19 municípios, trabalha na interiorização do atendimento a população, ouvindo os anseios e potencialidades de cada região do Alto Jacuí.
Em uma entrevista coletiva à imprensa regional nesta semana, o Coronel Claudio dos Santos Feoli e Coronel Douglas da Rosa apresentaram as ações que estão sendo projetadas para diminuir principalmente os crimes no meio rural.
“Nós fazemos uma governança por resultados, nos encontramos todos os meses para avaliar os índices de criminalidade, para ter correções e definir o rumo das operações”, enfatizou o Coronel Claudio dos Santos Feoli.
Operação Hórus Agro
Em 2021 Cruz Alta registrou um aumento nos casos de homicídio, foi a partir do contato com o comando regional e o comando geral, que as forças de segurança como o batalhão de choque e aviação, trabalharam para diminuir esses crimes.
Entre as novidades apresentadas pelo CRPO estão ações de combate aos crimes rurais, com a Operação Hórus Agro, iniciada pelo governo federal e que visa reforçar o policiamento nas áreas limítrofes de outros países, para combater o contrabando, descaminho e crimes transnacionais.
“Vamos incrementar além dessa operação, viaturas e efetivos, para trazer mais segurança para a área rural. Temos um aplicativo que está sendo elaborado para roteirizar as propriedades rurais a facilitar as patrulhas”, explicou o Coronel.
O aplicativo é desenvolvido pelo departamento de informática da BM e vai mapear a rota de fuga dos criminosos, além de ser um banco de dados para os agricultores, que poderão registrar os seus animais e rastreá-los em casos de abigeato.
A expectativa é que nos próximos meses aconteçam simulados dos planos de defesas nas cidades. Uma estratégia institucional para evitar os crimes do chamado ‘novo cangaço’.
“Junto com o comando geral queremos trazer um trabalho mais adequado possível à realidade local, dentro dessas estratégias. A sociedade é representada pela polícia e temos um inimigo que é a criminalidade”, enfatizou o Coronel.
A Operação Hórus Agro deve iniciar em julho, onde as forças de segurança, como o Comando Rodoviário, Ambiental e Choque, trabalharão nas áreas de fronteira.
“Precisamos atacar os crimes transnacionais, mas cuidar da comunidade que trabalha e produz no meio rural. Queremos combater crimes de abigeato, queima de propriedades, isso tudo faz parte desse enfrentamento”, afirmou o Coronel Douglas da Rosa. A expectativa é que a segurança pública da região também receba investimentos em viaturas e equipamentos através do programa Avançar na Segurança.
Registro de crimes no meio rural
O comando regional e o comando geral também buscam, junto com a Polícia Civil e com a Secretaria da Agricultura, trabalhar para que os produtores rurais façam registros de ocorrências dos roubos e furtos.
Só assim é possível criar uma chamada “zona de calor”, e efetivar as ações.
“Os produtores são responsáveis por 40% do PIB do nosso Estado, elas são importantes para a economia, se por ventura entra um pesticida que aqui no Brasil é proibido, vindo por contrabando, ou um gado com febre aftosa, causa um problema gigante”, explicou o Coronel.
Para que o trabalho da segurança pública seja efetivo, é necessário a atuação das prefeituras, sindicatos rurais e agricultores, para que assim sejam feitos os registros de ocorrência.
“O CRPO faz um pedido para que as pessoas façam as ocorrências, pois nosso planejamento estratégico é em cima desses registros”, enfatiza o Coronel Douglas.
Tanto o batalhão de Cruz Alta como o de Palmeira das Missões trabalham com os produtores para que eles coloquem as placas de georreferenciamento em suas propriedades, para que quando o policial chegue na propriedade acesse todas as informações.