Na manhã do dia 21 de março de 1991, a convite da administração do município de Quinze de Novembro, o então prefeito Lothário Tiemann, atravessou a pé o aterro sobre o rio Alto Jacuí, concluído após muitos anos de luta e muito trabalho. A construção durou praticamente uma década, e iniciou durante a administração dos ex-prefeitos Neri Zellmann, de Ibirubá e João Odil de Moraes Hass, de Espumoso. Por volta das 11h30min de uma quinta-feira, a equipe do Jornal O Alto Jacuí teve a oportunidade de passar a pé e a seco para a outra margem do Rio Jacuí com a finalidade de documentar o importante trabalho realizado.
Ao longo da ponte do aterro se posicionaram uma fila de carros, testemunhas e moradores locais que queriam acompanhar a inauguração do que na época era um dos maiores feitos da região. Após o retorno para o acampamento, o então prefeito de Quinze de Novembro, senhor Lothário Tiemann fez uso da palavra para externar sua satisfação em ver concluída tal empreendimento, fruto de muito trabalho e esforço de vários municípios, “Espero, não só em minha administração, mas também em toda a minha carreira política, ser o último trabalho de tal monta a desafiar a minha vontade de servir ao meu povo. Isto esgotou-me ao ponto de perder o sono por noites e noites a fio”. - Afirmou em seu discurso o então prefeito Lothário Tiemann. Após o discurso foi servido um churrasco as autoridades e convidados especiais.
No dia 16 de agosto de 1991 foi realizada uma festa na divisa entre os municípios de Quinze de Novembro e Alto Alegre, onde aconteceu o coroamento de uma iniciativa do ex-prefeito Neri (Noco) Zeilmann, ao tempo em que Sinval Guazzelli governou o estado do Rio Grande do Sul e que na ocasião, ganhou a solidariedade do prefeito de Espumoso. Tarefa de dar início a obra que seria um verdadeiro calvário. Já que, as romarias de autoridades regionais que rumavam para Porto Alegre em busca de solução para os diversos problemas que iam surgindo durante a construção, por várias vezes as obras foram paradas, o que tornou a construção um verdadeiro desafio, sendo então feito um reconhecimento a ajuda do governo estadual.
No dia 22 de maio de 1992, foi publicado no Jornal O Alto Jacuí uma foto aérea sobre a ponte que fazia a travessia. Até aquele momento tudo estava fluindo normalmente, e a ponte sobre o aterro seguia em segurança. Porém, naquela época se iniciava um dos períodos com chuvas fortes e intensas na região do Alto Jacuí. No dia 29 de maio de 1992, já estava sendo publicado nas páginas do jornal O Alto Jacuí as notícias de fortes chuvas que vinham transbordando os rios e açudes. Seria o início do fim?
O Aterro é levado pelas correntezas das águas, o triste fim de décadas de trabalho
No dia 05 de junho de 1992, o jornal O Alto Jacuí trouxe a notícia. Inevitavelmente as fortes chuvas que caíram na região fizeram o rio transbordar, aumentando a força das correntezas que naquela semana acabaram por levar consigo o aterro que fora construído para dar prosseguimento a ponte. A notícia era clara: “Foi duramente atingido pela enchente que assolou a região no decorrer da última semana, sendo que dezenas de metros de asfalto, juntamente com pedras e terra, foram carregados pelas forças das águas, as quais subiram muito acima do referido aterro, ficou provado que nenhum aterro suportará a pressão das águas quando a barragem está baixa permitindo que a correnteza se faça com toda sua força, indo ao encontro das pedras ali postas.”Alguns dias depois, nas páginas do jornal, uma matéria foi publicada com o título: Caberá ao DAER a reconstrução do aterro do Passo do Lagoão, porém hoje, 23 anos depois, tudo que temos é o novo ponto turístico de Quinze de Novembro, conhecido na região do Alto Jacuí como A Ponte Quebrada.