Quem passa pela Praça General Osório neste período natalino percebe que a Casa do Papai Noel deixou de ser apenas um cenário decorativo para se tornar um espaço de convivência, memória e encantamento. A estrutura, que chama atenção pelo uso do vidro, pelo formato inspirado em chalés de regiões frias e pela integração com a praça, é assinada pelas arquitetas Amanda Kogler e Fabiana Timm, sócias da AF Arquitetura, escritório com uma década de atuação em Ibirubá.
O projeto foi selecionado por meio de concurso público promovido pela Prefeitura, com escolha definida pela votação da comunidade. Desde a divulgação do resultado até a abertura oficial do Natal, a expectativa das arquitetas se transformou em emoção ao ver a ideia sair do papel e ganhar vida no espaço público. “Quando vimos que nosso projeto estava entre os selecionados, a gente pensou: agora precisamos fazer de tudo para que ele realmente aconteça. Não é só uma questão profissional, é colaborar com a cidade e deixar algo que fique para a história”, afirmou Amanda Kogler.
A proposta surgiu a partir do desejo de fugir do modelo tradicional de casinhas fechadas. A ideia foi criar um espaço que dialogasse com quem circula pela praça, mesmo quando não há visitação interna.
“A gente queria que as pessoas conseguissem enxergar o interior, que a casa conversasse com a praça. As crianças passam, olham, veem o Papai Noel lá dentro, veem a lareira, o pinheiro. Isso já cria um vínculo”, explicou Fabiana Timm.
O conceito arquitetônico buscou referências em produções cinematográficas e na simbologia do Natal europeu, onde o Papai Noel remete à neve, ao frio e ao aconchego. Telhado com maior inclinação, uso de vidro e iluminação pensada para o período noturno ajudaram a compor essa narrativa. “A tipologia lembra casas de regiões frias. A gente trouxe isso para criar essa sensação de inverno, mesmo estando em dezembro e com calor. A lareira, por exemplo, foi pensada para despertar essa ideia de acolhimento”, destacou Amanda.
Além da estética, o projeto precisou atender critérios técnicos previstos no edital, como sustentabilidade, conforto térmico e acústico e praticidade de montagem. A execução ocorreu em prazo curto e contou com diálogo constante entre as arquitetas, a equipe técnica da Prefeitura, engenheiros e empresa executora. “Tivemos muita troca durante a obra. Algumas soluções surgiram na execução, sempre pensando em manter a harmonia do projeto e garantir o melhor resultado”, explicou Fabiana.
O retorno da comunidade tem sido um dos pontos mais marcantes para as autoras do projeto. Segundo elas, o reconhecimento veio de diferentes formas, desde elogios nas redes sociais até comentários presenciais durante a abertura do Natal.
“O próprio Papai Noel nos disse que a casa parece pequena por fora, mas é grande por dentro. Ele falou do conforto, do ar-condicionado, da funcionalidade. Ouvir isso de quem vive o espaço diariamente foi muito especial”, relatou Amanda.
Para Fabiana, o maior sinal de que o objetivo foi alcançado está no comportamento das crianças. “Ver o brilho nos olhos delas, a fila para tirar foto, as famílias paradas em frente à casa mesmo quando ela está fechada, isso mostra que o projeto cumpriu seu papel.”
As arquitetas fazem questão de agradecer à comunidade que participou da votação e à Prefeitura por abrir espaço para um concurso que valorizou profissionais locais. “Sem o voto das pessoas, esse projeto não estaria ali. A casa é da cidade. Visitem, tirem fotos e vivam esse Natal”, finalizou Fabiana.
