14 de abril, 2023 11h04m ibirubá por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Tragédia de Blumenau desafia educadores e sociedade a pensarem uma escola segura e uma cultura de paz

Foram 22 episódios de violência em escolas desde 2002, mas mais da metade foram registrado nos últimos dois anos

Diretora Marleide Breintenbach e Alessandro Dierings dos Santos, vice-presidente do CPM da Escola Edison Quintana e a pequena Lavínia
Diretora Marleide Breintenbach e Alessandro Dierings dos Santos, vice-presidente do CPM da Escola Edison Quintana e a pequena Lavínia

Desde que o fato ocorrido em Blumenau-SC, em 5 de abril, se espalhou pelas redes sociais, uma angústia e um debate se instalou em todo o país. Pais, professores, especialistas e gestores de todas as esferas se debruçam sobre uma única pergunta, até que ponto nossas escolas estão seguras e como vamos nos organizar para para esse tipo de situação?

Não é uma questão fácil, muito menos simplista e armamentista. Durante toda essa semana, a nossa  Redação Integrada da Rádio Cidade e Jornal O Alto Jacuí fomentou a discussão com vários segmentos de Ibirubá sobre esse tema e nesta edição, vamos trazer a reflexão até aqui construída com diversas opiniões sobre o tema e em lugares diferentes de fala, afinal os casos de ataques em escolas têm se multiplicado nos últimos anos no Brasil. Segundo levantamento feito por nossa reportagem, foram 22 ataques entre outubro de 2002 e março de 2023. Antes do caso de Blumenau, e sem incluir na conta um ataque a faca em escola no Rio de Janeiro, 11 desses casos haviam sido registrados somente em 2022 e 2023. Com os dois casos mais recentes, portanto, os últimos dois anos já superam em número de ataques os 20 anos anteriores. 
Levantamento feito por pesquisadores da Unicamp chegam a números semelhantes. Considerando apenas casos envolvendo alunos e ex-alunos como agressores, o grupo liderado pela pesquisadora Telma Vinha registra 22 ataques entre 2002 e 2023, sendo 10 deles nos últimos dois anos. A maioria dos agressores são jovens (de 10 a 25 anos), brancos e do sexo masculino.


A Escola Estadual Edison Quintana de Ibirubá já instalou sistemas de segurança, como monitoramento e um portão com acesso controlado, para proteger os alunos e monitorar todos os ambientes da escola. A Diretora Marleide Breitenbach e o vice-presidente do CPM da instituição de ensino, Alessandro Dierings dos Santos participaram do Jornal da Cidade. 


Segundo a diretora, a escola precisa preparar os alunos para lidar com o mundo e que a preocupação com a segurança deve ser compartilhada por toda a sociedade. Ela afirmou que é importante preparar os alunos para enfrentar o mundo, não apenas em termos de aprendizado, mas também para lidar com questões sociais, como a violência. “Nós percebemos já há um bom tempo que as crianças e os jovens estão vindo de uma forma diferente para dentro da escola,  com atitudes muitas vezes que não tão agradáveis e que podem propiciar mais violência ainda, então diante de tudo isso eu eu acho que nós precisamos pensar que não é algo longe, distante de nós, ela está aqui junto conosco, e agora o que faremos como sociedade” pergunta. 

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Ela também chamou a atenção para a importância do propósito de vida dos alunos, enfatizando que a escola deve ajudá-los a encontrar seu caminho na vida e desenvolver habilidades para serem pessoas melhores. Ela destacou a necessidade de a escola estar em sintonia com a comunidade, trabalhando em conjunto para criar um ambiente seguro e acolhedor para os alunos.


Alessandro Dierings dos Santos expressou preocupação com a crescente violência dentro das escolas e como isso afeta a comunidade escolar como um todo. Ele enfatizou que a violência é uma preocupação geral e que todos os cidadãos, com ou sem filhos na escola, devem estar atentos a ela. “Todos voltaram diferentes depois da pandemia, mais irritados, sem paciência e vamos ter que trabalhar redobrado porque eu não tenho dúvida que a escola não é a origem do fato ou da situação, na minha visão ela está lá atrás,  um problema pessoal um problema familiar, ou alguma coisa que você não trabalha ou não identifica para tratar ou e vai chegando um ponto que ela vai estourar lá na frente” avaliou


A diretora da escola concorda com a visão de Alessandro, para ela é necessário criar uma cultura de paz que possa enfrentar e refletir sobre o problema. “nós vamos continuar fomentando não uma cultura de paz, uma cultura de não violência”

 

Diretora Marleide Breintenbach e Alessandro Dierings dos Santos, vice-presidente do CPM da Escola Edison Quintana
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