Essa é uma história triste e comovente. Este cemitério ainda existe e está no caminho de Santiago das Missões, em Bossoroca.
Lá pelos idos de 1840, o estancieiro Coronel Bárrios, homem rude no trato com seus escravos, tinha como lindeiro o Coronel José Fugante. Bárrios mandou construir uma mangueira de Pedra, uma Taipa. Perto da mangueira brincavam meninos brancos junto com os negros, enquanto as pedras eram descarregadas das carretas.
Houve um acidente e o menino branco enteado do Coronel José Fugante sofreu um sério acidente, vindo a bater a cabeça numa pedra. Logo três escravos vieram ao seu socorro.
O Coronel Bárrios vendo tudo acontecer, culpou os três escravos. Pois na época era lei do dono dos escravos indenizar a morte de um branco. Coronel Bárrios ficou furioso. Mandou o capataz apartá-los dos demais e mandou decepar a cabeça dos três escravos.
Colocou a cabeça de um enfiado em uma estaca, bem na frente da senzala, para intimidar os outros. Avisando que brancos não se misturam com negros.
Isso aumentou a ira contida dos escravos, que conheciam o hábito do “estancieiro Justiceiro”, que costumava sestear embaixo de uma figueira.
Então os escravos se uniram, era o momento que todos descansavam, depois do almoço imobilizaram o capataz e cercaram a árvore, matando o Coronel Bárrios a pauladas e pedradas.
Quando o Coronel José Fugantes, chegou de uma tropeada e soube do acontecido, ficou triste pela morte do filho enteado, lamentou o ocorrido, pois não se corrige um erro com o outro.
Tratava seus escravos de forma humana. Compadecido com o fato, pediu para seus familiares que quando morresse, fosse enterrado junto com seus negros escravos. Quando faleceu a família fez a vontade do Coronel, mesmo existindo lei que proibisse brancos serem enterrados com negros.
O cemitério ficou conhecido como Cemitério dos Cativos.