24 de Fevereiro, 2025 08h02mAgricultura Familiar por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Vilson Paulo Kaiper é homenageado por 50 anos de dedicação à mesma propriedade rural em Colorado

Trabalhador rural dedicou meio século à família Pazinato, tornando-se parte da história da propriedade e da comunidade

Ao longo dos anos ele acompanhou mudanças, aprendeu novas técnicas e superou desafios, sempre com dedicação, humildade e respeito. Sua história prova que, mais do que máquinas ou ferramentas, o que realmente faz uma pessoa prosperar são as relações saudáveis, o trabalho árduo, a paixão pelo que executam e a dedicação ao próximo.

No interior de Colorado, na Linha Garibaldi, uma história rara de dedicação, lealdade e amor pelo trabalho foi celebrada recentemente. Vilson Paulo Kaiper, aos 65 anos, completou 50 anos ininterruptos de trabalho na mesma propriedade rural, pertencente à família Pazinato. Em tempos em que a rotatividade no mercado de trabalho é cada vez maior, sua trajetória representa um exemplo de compromisso e sucesso na relação patrão - empregado.
Para homenageá-lo por essa longa jornada de trabalho, a família Pazinato organizou um momento especial, onde Vilson recebeu uma placa comemorativa e mensagens de carinho daqueles que conviveram com ele ao longo das décadas.
Sua história com a propriedade começou em janeiro de 1975, quando, ainda com 15 anos, assumiu o posto que até então era ocupado por seu irmão. A oportunidade surgiu quando este precisou deixar o trabalho para cumprir o serviço militar. A partir daí, Vilson se tornou uma peça fundamental na rotina da fazenda e na vida da família Pazinato.
“Eu já conhecia a família antes de vir para cá, porque trabalhávamos juntos em uma propriedade vizinha. Quando surgiu a chance de trabalhar aqui, aceitei e fui ficando. O segredo para essa trajetória longa é fazer o trabalho bem feito e manter o respeito”, conta Vilson, relembrando sua chegada à propriedade.
A evolução do trabalho no campo
Quando Vilson iniciou suas atividades na fazenda, a realidade da agricultura era bem diferente da atual. O trabalho era árduo e exigia esforço físico intenso, pois muitos dos processos eram feitos de forma manual, sem as tecnologias que hoje facilitam a vida dos trabalhadores rurais.
“No começo, a coisa era bem complicada. Antes mesmo de tomar café da manhã, a gente já saía para cortar pasto para as vacas e os porcos. O plantio também era todo manual, com soja sendo cultivada em curvas e colhida de forma bem rudimentar. O trabalho era sofrido, mas a gente se adaptava”, relembra.
Com o avanço das tecnologias no campo, Vilson precisou aprender a operar novos equipamentos e máquinas agrícolas, um desafio para quem cresceu em um sistema de trabalho manual. No entanto, sua dedicação ao aprendizado fez com que ele se mantivesse atualizado ao longo dos anos.
“Não foi fácil no começo, mas sempre busquei aprender. Fiz muitos cursos, desde pulverização até operação de colheitadeiras. Hoje, tudo está muito mais simples com a mecanização, mas é preciso acompanhar as mudanças para seguir no ritmo da lavoura”, explica.
Uma relação que vai além do trabalho
Ao longo das cinco décadas em que trabalhou na propriedade, Vilson se tornou muito mais do que um funcionário: ele passou a ser considerado um membro da família Pazinato. Seu envolvimento na rotina da casa foi além das atividades no campo, ajudando inclusive a cuidar das crianças da família enquanto os pais trabalhavam na lavoura.
“Ele ajudava em tudo, até a cuidar das crianças quando o trabalho apertava. Sempre foi uma pessoa de confiança e um grande exemplo para todos nós”, afirmou Rosalia, viúva de Lino, o primeiro e até então único patrão de Vilson. Edgar Pazinato, que cresceu vendo Vilson ao lado de seu pai, relembra a importância que ele teve para a sua formação no campo.
“Quando comecei a trabalhar na lavoura, foi ele que me ensinou a rotina do campo. Era o braço direito do meu pai e me ajudou a aprender tudo. Sempre esteve presente em todas as fases do nosso trabalho”, diz Edgar.
Além de seu compromisso com a fazenda, Vilson sempre se manteve ativo na comunidade de Linha Garibaldi, ajudando em eventos, participando de mutirões e contribuindo para os trabalhos comunitários.
“Sempre que precisamos de alguma coisa para a comunidade, ele está disposto a ajudar. É um exemplo de compromisso e participação”, destaca Alexandre Possamai, genro de Lino e Rosalia.
Homenagem pelos 50 anos de serviço
Para reconhecer toda a dedicação e importância de Vilson para a propriedade e para a família, a família Pazinato entregou uma placa comemorativa e o carinho de amigos e familiares que acompanharam sua trajetória.
“Vilson sempre foi um exemplo de dedicação e respeito. Se meu pai estivesse aqui hoje, estaria muito feliz em ver essa homenagem sendo feita a ele”, afirmou Raquel Pazinato Possamai.
Emocionado com a homenagem, Vilson agradeceu o reconhecimento e reforçou que pretende continuar trabalhando enquanto tiver forças.
“Muita gente me pergunta quando vou parar, mas enquanto eu puder, sigo aqui. Esta propriedade faz parte da minha vida, e a família Pazinato é como minha família também”, disse.
Um legado de dedicação e compromisso
Histórias como a de Vilson Paulo Kaiper são cada vez mais raras. Meio século de trabalho no mesmo local não é apenas um feito profissional, mas também um exemplo de lealdade, comprometimento e amor pelo que se faz.
A família Pazinato, assim como toda a comunidade de Linha Garibaldi, reconhece a importância de Vilson não apenas como um trabalhador incansável, mas como um amigo, um mentor e um verdadeiro exemplo de vida.

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