Uma operação policial realizada na quinta-feira (16) desmantelou uma complexa rede usada por uma organização criminosa para lavar dinheiro obtido por meio de fraude em licitações, fraude e agiotagem. O grupo alvo da Operação Succedere está sendo investigado há mais de uma década e é acusado de ter movimentado mais de meio bilhão de reais. A polícia solicitou o bloqueio de R$ 565 milhões nas contas dos suspeitos. Até o final da manhã, 15 veículos foram apreendidos.
Uma operação policial realizada na quinta-feira (16) desmantelou uma complexa rede usada por uma organização criminosa para lavar dinheiro obtido por meio de fraude em licitações, fraude e agiotagem. Um dos locais da operação foi Cruz Alta, no Alto Jacuí
O grupo alvo da Operação Succedere está sendo investigado há mais de uma década e é acusado de ter movimentado mais de meio bilhão de reais. A polícia solicitou o bloqueio de R$ 565 milhões nas contas dos suspeitos. Até o final da manhã, 15 veículos foram apreendidos.
Diversos negócios foram impulsionados com dinheiro ilegalmente obtido. A rede rastreada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro detectou a compra e venda de casas e veículos de luxo, investimentos em lojas, construção, agricultura de soja e até mesmo negócios envolvendo jogadores de futebol. Dezenas de contas bancárias em nome de pessoas próximas ao grupo foram supostamente usadas para movimentar o dinheiro.
"O objetivo é recuperar ativos e fundos. Essa é uma prática criminal que vem ocorrendo há mais de uma década, especialmente em fraude em licitações. É uma sucessão familiar, com a criação de empresas e CNPJs e também a prática de crimes", diz Cassiano Cabral, chefe da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Na quinta-feira, a polícia realizou buscas em 38 propriedades avaliadas em R$ 68 milhões e já sob ordem judicial de indisponibilidade. Também há ordens de apreensão de 28 veículos, avaliados em R$ 4 milhões. Dos 59 suspeitos, 57 tiveram suas contas bancárias bloqueadas. O trabalho, realizado em parceria com o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado, é um acompanhamento da Operação União, lançada em 2021.
Na quinta-feira, as ordens judiciais foram cumpridas em Porto Alegre, Cruz Alta, Xangri-lá, Capão da Canoa, Tramandaí e Tupanciretã.
Nesse caso, a polícia buscou provar crimes que supostamente causaram perdas aos cofres públicos de cerca de R$ 200 milhões. A investigação revelou que a organização explorou os mercados de vigilância patrimonial privada, limpeza, portaria e outros serviços em contratos com órgãos públicos, cometendo atos prejudiciais ao erário público devido a fraudes na execução de contratos, dívidas trabalhistas e evasão fiscal.
A partir de documentos apreendidos na União e também com informações obtidas por meio de delação premiada, a polícia identificou empresas para as quais fundos ilegalmente obtidos estavam supostamente sendo direcionados.