Em entrevista a Rádio Cidade e ao Jornal O Alto Jacuí, o vice presidente da Cotribá, Enio Cezar Moura do Nascimento, falou sobre a situação do agronegócio em meio a Pandemia do Coronavírus. Muitos produtores que já estavam sofrendo com a estiagem que assolou o estado precisaram enfrentar um novo inimigo, a crise econômica causada pela Pandemia. A Cotribá, que não suspendeu as atividades diretamente, mas está cumprindo com todas as medidas de prevenção, tem hoje a preocupação e a missão de manter o produtores rurais nas atividades. Durante o mês de março os líderes se reuniram de forma online, para debater formas de manter as atividades e a segurança dos cooperados - Muitas pessoas não possuem estruturas, capital, precisam do nosso suporte. A situação de sinal vermelho é maior que imaginamos. Estamos com uma série de opções para amenizar os problemas, como a safra do trigo, que vai ajudar os agricultores a ter uma fonte de renda, mas o governo também precisa dar um suporte, explicou.
A Ministra Tereza Cristina anunciou no mês de março, algumas medidas para auxiliar os agricultores, entre elas está o acesso ao crédito e antecipação de benefícios e garantias, para assegurar renda para pequenos médios e agricultores familiares. No entanto, como destacou o Presidente Enio, essas medidas já estavam previstas, o que os produtores precisam é de novos caminhos, não somente o que já estava sendo feito. Outro ponto a ser observado é que os anos de boas safras que os agricultores viveram, não foi suficiente para ter um lucro, mas sim pagou dívidas que foram acumuladas durante as crises de 2018 e 2019, por isso da preocupação diária com esse setor.
Quanto a safra 2019/2020, a previsão de entrega de sacos para a Cotribá chega há 1 milhão em todos os armazéns, segundo o presidente, a quebra está sendo analisada em um mínimo de 50% a nível estadual. Conforme ele destacou, a preocupação com os prejuízos está um pouco além do que a grande maioria das pessoas enxerga, “Quem não conhece o agro acha que o produtor estava com dinheiro, mas na verdade ele ainda está pagando os prejuízos das crises de 2008 e 2012, isso tudo tem reflexo até hoje”, explicou. Uma das alternativas para driblar os prejuízos está sendo o Seguro Agrícola, no entanto, o seguro não cobre o custo integral dos produtores, o que gera ainda mais preocupação. Tendo em vista o momento de instabilidade para todos, o cooperativismo deve se fazer presente ainda mais. Os produtores devem buscar o equilíbrio e a calma para os tempos sombrios “Precisamos enfrentar a Covid-19, precisamos nos unir, cooperar um com o outro, a Cotribá é parceira dos município, não prometemos milagres, mas prometemos esforços”, ressaltou o vice presidente, que completou no último mês 30 anos a frente da cooperativa.