29 de maio, 2023 15h05m literatura por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Livro relata a experiência de quem teve uma vista panorâmica do inferno do sistema prisional

Histórias impressionantes sobre as duas maiores penitenciárias do estado é relatado em livro publicado por policial militar

 O Tenente Luzmar da Rosa, da Brigada Militar, lançou recentemente o livro “Guarita 05 - Vista Panorâmica do Inferno”, onde compartilha suas experiências como policial no Presídio Central e na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) em Charqueadas.

No âmbito do sistema penitenciário, há locais que se destacam como verdadeiros marcos de violência e desumanidade. O Carandiru, tristemente célebre pelo massacre ocorrido em 1992, é um exemplo emblemático dessa realidade. No entanto, a história de um tenente da Brigada Militar revela um outro panorama assombroso: a vivência na Guarita 05, situada no presídio central de Porto Alegre. Em uma entrevista exclusiva, o tenente Luzmar da Rosa compartilhou sua experiência e detalhes que inspiraram seu livro “Guarita 05: Vista Panorâmica do Inferno”. 


Ao ser indagado sobre a inspiração para o título de sua obra, o tenente Luzmar da Rosa relembrou seu primeiro contato com a Guarita 05 durante uma rebelião no presídio central. “Eu fui designado para subir nessa Guarita na primeira noite que eu estive no presídio”, destacou o tenente em sua entrevista. Ele descreveu a visão privilegiada que a guarita proporcionava, permitindo-lhe observar todas as ocorrências e movimentações no interior da penitenciária. Para ele, aquela perspectiva era uma “vista panorâmica do inferno”, tamanha era a convulsão e a degradação presenciadas.

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O tenente Luzmar da Rosa, natural de Cruz Alta, teve uma trajetória dedicada à Brigada Militar, passando por diversas cidades da região como Ibirubá, Selbach, Tapera e Colorado, assumindo variadas funções. No entanto, foi sua passagem pelos presídios que marcou profundamente sua carreira. “Foi uma experiência muito boa para mim, para minha vida, para poder repassar para as outras pessoas”, enfatizou o tenente, ressaltando a importância de compartilhar sua visão sobre a degradação humana e a falta de valorização pela sociedade.


Questionado sobre como chegou à função de guarda penitenciário, o tenente revelou que, inicialmente, a responsabilidade recaía sobre os agentes penitenciários. Entretanto, houve uma mudança governamental que transferiu essa atribuição para a Brigada Militar. “Eu tive essa oportunidade praticamente quase 10 anos depois do episódio do Carandiru. Eu queria ter a oportunidade de fazer um trabalho desse, de ver como o pessoal trabalhava dentro da penitenciária”, compartilhou o brigadiano.
A experiência na Guarita 05 trouxe ao tenente momentos marcantes, mas foi a degradação humana testemunhada dentro da penitenciária que o impactou profundamente. Ele relembrou a transição de presos comuns para criminosos mais perigosos e a influência do ambiente penitenciário sobre a mente daqueles que estavam ali detidos. “Como ele foi parar lá, o tipo de crime que levou a ele ser preso e a maneira como ele vai trabalhar a cabeça dele, porque ele entra com um crime comum e sai cometendo os crimes mais graves”, afirmou o tenente.


Através das palavras do escritor em uma obra literária, somos levados a questionar a eficácia do sistema prisional atual. e a importância de investimentos em programas de ressocialização e reintegração social. É fundamental que a sociedade e as autoridades estejam cientes da realidade vivenciada dentro das penitenciárias e trabalhem em conjunto para encontrar soluções que visem não apenas a punição, mas também a reabilitação dos detentos.

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