“Justificar tragédias como vontade divina tira da gente a responsabilidade por nossas escolhas.” (Umberto Eco 1932 -2016)
Acabamos de viver os dias do ano dedicados a Semana Santa, a data mais importante na história do Cristianismo, com suas mais variadas designações, pois este momento se materializa na esperança da continuidade da vida, da CRENÇA na eternidade.
Quando me refiro as tragédias da Semana Santa, quero fazer uma analogia com o que aconteceu no passado, há mais de dois mil anos, quando no entendimento de uma parcela da humanidade, daquela região, onde ele vivia, acreditava que a morte do tal do Jesus, resolveria alguns conflitos entre as dificuldades existenciais e a crise de identidade dos governantes da época.
Seres humanos são alheios aos acontecimentos: ignoram as tragédias do passado e correm para as mesmas no futuro, sem tirar proveito das tristezas e dos sofrimentos. O egoísmo é uma tragédia para a alma humana, uma expressão patética.
Fazem muitos anos que as minhas atividades profissionais, me mantém na estrada diversos dias por semana, independente da época do mês ou do ano, e há muito tempo venho observando, e buscando tirar lições do que acontece com os navegantes das nossas rodovias em épocas como esta que estamos falando, ou em outros momentos que culminam com feriados ou feriadões, como foi o da Semana Santa, e será o do próximo final de semana, dia 21 de abril, Tiradentes, e outros personagens.
Porque esta Semana Santa me chamou mais a atenção do que em outros anos? Percebi um maior volume de imprudência, atrevimento, desrespeito às regras de trânsito, ousadia em estradas que se encontram em péssimas condições, mas principalmente, muito mais ousadia, o que resultou em um número muito maior de acidentes de trânsito com vítimas fatais, dizimando famílias inteiras, basta vermos as estatísticas e compara-las com os anos anteriores.
Estou provocando esta reflexão para que você possa me ajudar a pensar POSSAMOS sobre o assunto, partindo de algumas premissas, as quais já tratei neste espaço há algum tempo, quando falamos sobre a saúde mental da nossa população, pois no meu entender, não há como as pessoas colocarem as suas vidas em risco, e a dos que dizem amar, estando em um volante de um carro, para ganhar alguns minutos, em um deslocamento de horas, por mais rápido que se consiga andar, a diferença na média final, é pequena, sem falar no estresse e o cansaço que são muito maiores. O que era para ser um momento de lazer, acaba por tornar-se tempos de tensão, insegurança e medo das consequências, mas que preferem continuar arriscando.
O que mais me chama atenção, é que o desejo de uma visita para comemorar uma data importante, e aqui não estou falando só da Pascoa, pois estas tragédias se repetem ao longo de todo o ano, é que as tragédias que se somam, fazem um registro que marca a vida de gerações, como já vimos acontecer por diversas vezes, transformando o que era um momento de alegria, comemoração, encontro, em uma lembrança de dor, tragédia, lamentos e acima de tudo o registro de perdas, tristezas, decepções e lamentos do que não se conquistou, apenas se perdeu. PENSE NISTO!
Prof. Nerino Sávio da Rosa
Mentor, Negociador e Consultor nas Áreas de Planejamento,
Gestão de Pessoas e Gestão Comercial
E-mail: prof.nerino@gmail.com