Em menos de um mês, dois jovens de Ibirubá perderam suas vidas na batalha contra o Câncer. No dia 24 de setembro, o jovem de apenas 14 anos Arthur Alf Voigt faleceu depois de 40 dias lutando contra a doença. No sábado (8), mais uma perda triste para a comunidade, a jovem Amanda Tairini Oliveira Camargo, de 21 anos, também perdeu a vida para o Câncer depois de 90 dias hospitalizada em Passo Fundo
Duas vidas ceifadas no auge de sua juventude escancaram uma realidade preocupante: o número de jovens com câncer cresce e coloca os especialistas em alerta. Até pouco tempo atrás, o câncer era uma patologia geralmente associada à terceira idade. Inclusive, havia a crença de que o aumento dos casos dessa doença era uma consequência natural da longevidade: com mais anos de vida, as chances de células anormais se desenvolverem se tornariam (em tese) muito maiores. Porém, o aumento recente dos casos de jovens com câncer contraria essa ideia. Afinal, o que está por trás dessa estatística tão preocupante? Desde 1997, especialistas monitoram o aumento do número de casos de câncer entre a população com idades entre 20 e 49 anos. Se antes eles pouco apareciam nas estatísticas, em 2016 essa situação mudou. Houve um aumento de 8,8% dos casos de jovens com câncer de tireoide. O câncer de próstata registrou crescimento de 5,2%. Na região de cólon e reto, o percentual de aumento é de 3,4%. A princípio, esses números não parecem tão preocupantes. Afinal, nenhuma das porcentagens passa de dois dígitos. Porém, eles revelam mais que uma estatística, e sim uma tendência. O próprio câncer diagnosticado nos dois casos de Ibirubá costumam aparecer geralmente em pessoas acima de 55 anos. Esse aumento afeta diretamente os índices de mortalidade. Na população entre 15 e 29 anos, essa é a segunda principal causa de morte no país. Nessa faixa etária, essa doença só perde em letalidade para causas externas, como acidentes e violência. Essa situação tem deixado médicos em alerta. Eles comentam o fato e ressaltam que as causas dessa antecipação do câncer são bastante conhecidas. A principal é a adoção de hábitos pouco saudáveis. Existem fatores genéticos que predispõem a pessoa ao surgimento do câncer. No entanto, as pesquisas mostram que, na maioria das vezes, a herança genética é apenas uma, e não a causa principal dos tumores. Segundo eles, o estilo de vida do século XXI, é o grande responsável pelo problema. O fato é que a alimentação está cada vez mais industrializada e menos saudável. Desembalamos muito e descascamos pouco. Os alimentos contêm concentrações altas de sal, açúcar e gordura, além de diversos outros aditivos químicos que nem mesmo conseguimos identificar. Ingerimos calorias em excesso, mas sofremos com a carência de nutrientes. Diagnóstico precoce, ida ao médico periodicamente e investigação de qualquer alteração no organismo podem evitar a tempo situações tristes como a de Arthur e Amanda. Geminiana, torcedora do Grêmio, a jovem trabalhava na Coprel, no setor de atendimento, e estava cursando Ciências Contábeis na Universidade de Passo Fundo (UPF).