07 de Fevereiro, 2025 09h02mAgro por Jardel Schemmer- Repórter Rádio Cidade 104.9

Cunicultura Iuri: A paixão por coelhos que se tornou um negócio próspero e familiar

Entre os apaixonados por cunicultura, está o médico veterinário Iago Luis Feldkircher, proprietário da Cunicultura Iuri

A criação de coelhos vem ganhando espaço no setor agropecuário, seja para comercialização, melhoramento genético ou até mesmo como animais de estimação. Entre os apaixonados por cunicultura, está o médico veterinário Iago Luis Feldkircher, proprietário da Cunicultura Iuri, empresa que leva o nome de seu filho, Yuri. Casado com a arquiteta e urbanista Cassi Kunz, Iago divide com a família os cuidados com os animais, conciliando a rotina da criação com sua atuação como veterinário.

Residente na cidade de Quinze de Novembro, na localidade de Esquina Bohn, Iago mora há cinco anos no município. Desde pequeno, sempre teve contato com a criação de animais, pois sua família trabalhava com ovinos e peixes. No entanto, foi há cerca de um ano e meio que surgiu o interesse pela cunicultura, durante uma visita a um produtor que atendia como veterinário. “Eu fui visitar um cliente e, ao ver a criação dele, comecei a me interessar pela atividade. A partir daí, passei meses pesquisando e planejando como iniciar minha própria criação”, relembra.

O início foi desafiador, especialmente para encontrar animais de alta genética e com padrão desejado. Como na região não havia oferta de coelhos com as características que buscava, Iago passou meses analisando criatórios e conversando com outros produtores até encontrar os primeiros animais para sua criação. “O maior desafio no começo foi conseguir comprar animais com genética de qualidade. Passei muito tempo procurando até encontrar um criador premiado na Expointer, onde adquiri meus primeiros coelhos”, explica. O projeto começou com nove coelhos, sendo seis fêmeas e três machos, todos selecionados cuidadosamente.

Atualmente, a Cunicultura Iuri conta com cerca de 50 animais. A principal raça criada é o Gigante de Flandres, escolhida por seu porte imponente e qualidade genética. “Nosso objetivo é fornecer animais de alto padrão para criadores que querem investir em genética. Alguns exemplares que não atingem o padrão ideal acabam sendo destinados ao consumo próprio, mas esse não é o foco principal do negócio”, ressalta Iago.

O mercado da cunicultura ainda enfrenta desafios, especialmente pela baixa cultura de consumo de carne de coelho no Brasil. Além disso, a comercialização da carne exige que os animais sejam abatidos em frigoríficos autorizados, o que encarece o processo e torna a atividade pouco viável para pequenos criadores. “A carne de coelho é extremamente saborosa e saudável, mas no Brasil ela não faz parte do consumo diário das famílias. Além disso, a legislação torna a venda muito difícil para pequenos produtores”, explica. Na região, a demanda por coelhos para criação e pets é constante, o que mantém o negócio em crescimento. “Graças a Deus, temos uma boa procura, principalmente por animais de alta genética e também para quem deseja ter um coelho de estimação em casa”, acrescenta.

A rotina de manejo inclui alimentação balanceada, controle sanitário rigoroso e acompanhamento da reprodução. Os coelhos são alimentados com ração de qualidade, feno à vontade e ramin, uma planta altamente proteica. Além disso, recebem gramíneas frescas regularmente. “Nossa prioridade é garantir que os animais tenham uma nutrição equilibrada para crescerem saudáveis e dentro do padrão genético desejado”, enfatiza.

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Os cuidados diários incluem a monitorização das fêmeas prenhes, que têm um período de gestação de 30 dias. Assim que os filhotes nascem, eles são avaliados para verificar quantos vieram em cada ninhada. “Se uma fêmea tem muitos filhotes e outra teve poucos, fazemos a realocação para garantir que todos cresçam com um desenvolvimento equilibrado. Todos os dias acompanhamos o crescimento para garantir que estejam saudáveis e bem alimentados”, explica.

Do ponto de vista sanitário, os principais desafios são a peste da orelha, os calos nas patas dos coelhos mais pesados e o calor excessivo no verão, que pode causar a morte dos animais. Para evitar esses problemas, Iago adota uma série de medidas preventivas, como a utilização de gaiolas com fundo de madeira, que evitam lesões nos pés dos coelhos, além de um sistema de ventilação constante nos períodos de maior calor. “Os coelhos sofrem muito com as altas temperaturas, então é essencial manter um ambiente adequado para minimizar o estresse térmico”, detalha.

Pensando no futuro, Iago já planeja expandir a Cunicultura Iuri, introduzindo duas novas raças voltadas para o mercado pet. “Queremos trabalhar com raças menores, que variam de 500 gramas a um quilo, ideais para quem deseja ter um coelho dentro de casa ou em apartamentos. A única raça gigante que manteremos será o Gigante de Flandres”, explica.

Para Iago, a criação de coelhos vai muito além de um negócio – é uma verdadeira paixão compartilhada com a família. “Como sou veterinário autônomo, passo o dia todo fora de casa. Quando volto, a primeira coisa que faço é ir até os coelhos, ver se estão bem, se alguma fêmea pariu, quantos filhotes nasceram e acompanhar a evolução deles. O crescimento dos filhotes é impressionante. Em poucos dias, eles dobram de tamanho e começam a revelar suas cores”, comenta.

Além do trabalho no dia a dia, um dos maiores incentivos de Iago para seguir na cunicultura é o envolvimento de sua esposa e de seu filho, que já desenvolveu uma forte ligação com os animais. “Meu filho adora cuidar dos coelhos, ele já tem os que considera dele. Minha esposa também se dedica muito à criação, e isso não tem preço. Isso é o que me motiva a continuar sempre buscando aprimorar a genética e oferecer o melhor em cada geração”, finaliza.

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