
Administração municipal apresentou à Câmara a divisão de recursos e as principais ações previstas para os próximos quatro anos.
O Plano Plurianual (PPA) 2026–2029 foi apresentado à Câmara de Vereadores com uma previsão de R$ 699,9 milhões em investimentos. A proposta do Executivo municipal distribui os recursos entre diversas secretarias e projetos, visando atender as demandas da população nas áreas de saúde, educação, infraestrutura urbana e rural, assistência social e desenvolvimento econômico.
Conforme o detalhamento por ano, os valores previstos são crescentes:
• 2026: R$ 153,6 milhões
• 2027: R$ 166,8 milhões
• 2028: R$ 181,6 milhões
• 2029: R$ 197,9 milhões
Durante a Audiência Pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores, a prefeita Jaqueline Brignoni Winsch destacou que o PPA é resultado de meses de trabalho técnico com todas as secretarias, ouvindo as prioridades de cada setor. “Desde o início deste ano, sentamos com nossas equipes e com o departamento técnico contábil, porque a gente precisa planejar em cima de um orçamento, pensando no desenvolvimento de Ibirubá para os próximos quatro anos, especialmente nos investimentos.” A prefeita enfatizou que o PPA reflete compromissos assumidos durante a campanha e que algumas ações já podem ser visualizadas no plano, como a previsão de mais de R$ 3 milhões para habitação popular, além da construção de uma nova escola de educação infantil, uma das grandes demandas da comunidade.
“Hoje uma escola grande de educação infantil é muito necessária. Ainda temos um gargalo de vagas e temos certeza que o nosso município é promissor. Quanto mais vagas ofertarmos, certamente virão novas famílias e crianças, porque a empregabilidade aqui é bastante grande.”
A prefeita também reforçou a importância do setor habitacional, destacando a necessidade de ampliar as modalidades de moradia:
“As pessoas vêm para cá, mas às vezes desistem do emprego porque não têm onde morar. O aluguel é caro, os terrenos também. Compramos uma área, mas esse é só o início. Precisamos avançar e é pra isso que fizemos esse planejamento.”
Entre as secretarias com maior volume de recursos está a de Educação, Cultura, Turismo e Desporto, que reunirá mais de R$ 203 milhões no período. A secretária Viviane Kanitz Gentil explicou que o volume se deve à abrangência da pasta e à obrigatoriedade legal de investir ao menos 25% da receita em educação. “Nós somamos as áreas de educação, cultura, turismo e desporto, por isso essa projeção representa uma fatia importante do orçamento. Temos por lei a obrigatoriedade de aplicar 25% em educação e esse valor é planejado de forma integrada, atendendo também ao desafio de ampliar o número de vagas.” Viviane destacou que o maior gargalo hoje é na faixa de zero a três anos, o que justifica a previsão de construção de uma nova escola de educação infantil com capacidade para até 200 alunos. “Essa escola já está projetada e os trâmites iniciais estão em andamento. Também prevemos a implantação de turno integral tanto na educação infantil quanto em escolas de ensino fundamental.” A secretária explicou que a construção da escola exigirá parcerias: “Já temos proposta cadastrada no governo federal, através do PAR 4. Além disso, buscamos alternativas por meio de parcerias público-privadas. Uma escola grande pode custar de R$ 10 a R$ 15 milhões, por isso precisamos buscar recursos externos.”
Viviane também chamou atenção para a realidade local. “Hoje temos cerca de 160 crianças na faixa de zero a três anos aguardando vagas. E embora essa faixa etária ainda não tenha atendimento obrigatório, o Plano Nacional de Educação prevê atendimento de ao menos 50%, e Ibirubá já alcança 60%, o que é positivo.” Ela lembrou que há compartilhamento de responsabilidades entre os entes “A obrigatoriedade começa dos 4 aos 5 anos. De 6 ao 9º ano, é compartilhado com o Estado, e o Ensino Médio é responsabilidade estadual e federal. Mesmo assim, o município busca alternativas para garantir mais infraestrutura, inclusive com uso de espaços de escolas estaduais para turmas de educação infantil.” Apesar do otimismo, a prefeita reforçou que será necessário buscar parcerias para viabilizar muitos dos projetos: “É claro que vamos ter que buscar recursos no governo do Estado, na União e até mesmo em outras fontes para efetivar esse planejamento.” Ela também ressaltou a imprevisibilidade da arrecadação, especialmente com os efeitos da estiagem:
“A gente começa agora a colher os frutos da queda orçamentária. A previsão se baseia em dados do Banco Central e projeções técnicas, mas pode ser superada ou, em alguns momentos, ficar abaixo. A gente espera que a economia e a agricultura se recuperem.” concluiu.