
Presidente do Legislativo fala sobre obras, agricultura, política local e compromisso com a comunidade. A entrevista completa está disponível nas plataformas digitais do Jornal O Alto Jacuí.
Eraldo Andrade Lopes (Progressistas) compartilhou sua trajetória e posicionamentos em uma conversa franca sobre os desafios do Legislativo, a relação com o Executivo e as pautas prioritárias para o município. Natural de Panambi, com raízes em Ibirubá e Fortaleza dos Valos, Eraldo atua como vereador pela segunda vez, após ter sido suplente na legislatura passada e retornar ao cargo com 154 votos, sendo eleito presidente por unanimidade.
Com um histórico ligado ao esporte e à comunidade, Eraldo relatou como o envolvimento com clubes de futebol e ações locais o aproximaram da vida pública. “Minha campanha foi feita na base da confiança. Não faço política com promessas. O que me move é a vontade de ajudar as pessoas e fazer o que é certo, mesmo com limitações”, afirmou. Durante a entrevista, ele destacou o bom relacionamento entre os vereadores e a importância do diálogo com todas as bancadas. “Lá, a gente conversa. O projeto chega, a gente discute, ajusta se necessário e vota. A Câmara precisa ser uma casa do entendimento, não de brigas”, declarou.
Sobre os projetos em andamento, mencionou o apoio unânime dos colegas em iniciativas importantes, como votações emergenciais para manter o funcionamento das escolas. Eraldo também falou da usina de asfalto instalada no município, que ainda aguarda operação efetiva. “Precisamos treinamento, equipe técnica. O investimento está feito, agora falta fazer funcionar. É uma estrutura que pode beneficiar a cidade e a região”, pontuou. Com relação à obra da RS-510, entre Cruz Alta e Fortaleza dos Valos, Eraldo tranquilizou a população ao afirmar que não haverá paralisação, conforme informações obtidas diretamente junto aos operários da obra. “Fui atrás porque circulavam boatos. O trabalho segue normalmente. Isso é um sonho para nossa comunidade, e parar seria inadmissível.”
Na área da agricultura, ele expressou preocupação com a situação dos produtores, principalmente diante das dificuldades climáticas e da falta de apoio efetivo. “A agricultura precisa de subsídio, não apenas de crédito. Os pequenos e médios produtores estão fazendo milagre para se manter, enquanto os grandes acumulam dívidas de décadas”, criticou. Eraldo também apontou que o Legislativo precisa pressionar os representantes em Brasília, cobrando atuação dos deputados e senadores sobre projetos de securitização que estão travados no Congresso Nacional. “Não é justo jogar a culpa só no governo federal se o problema está parado no Senado. É preciso cobrar quem tem a caneta para mudar isso.”
Além dos temas legislativos e estruturais, Eraldo abordou com franqueza a necessidade de conscientização da população sobre o pagamento de impostos e a responsabilidade coletiva na manutenção dos serviços públicos. Para o vereador, a arrecadação local poderia ser muito maior se houvesse mais emissão de notas fiscais e menos inadimplência. “Muita gente cobra, mas não colabora com o básico. O município precisa de arrecadação para funcionar. O cidadão também é parte dessa engrenagem”, afirmou.
Outro ponto destacado foi a atuação social da Câmara e dos próprios vereadores, que muitas vezes buscam alternativas para auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade, mesmo sem respaldo legal para uso de recursos públicos. Eraldo citou eventos organizados com apoio da Casa e da comunidade, como shows e arrecadações, que resultaram na compra de cestas básicas. “Fazer o bem com o que temos é o que me realiza. Se a lei não permite, a gente encontra um jeito de ajudar com honestidade e união”, concluiu.