Moacir Medeiros é presidente da Fenatrigo, Presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta e Presidente da Regional 13 da Farsul. Em entrevista a Rádio Cidade e Jornal O Alto Jacuí, ele observa o cenário de retomada da feira e a importância do fortalecimento do agronegócio na região
Moacir Medeiros, um profissional que acumula cargos de presidente na região. Presidente da Fenatrigo, presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta e presidente da Regional 13 da Farsul, ele é um dos agentes envolvidos em muitas pautas a nível regional. Entre elas o cenário da agricultura para 2022/2023.
Mas antes de contribuir para o agronegócio como uma liderança e busca por melhorias e debates, Moacir fez história na comunicação regional como vendedor comercial da RBS TV Cruz Alta.
Em visita a Ibirubá e uma entrevista à Rádio Cidade e ao Jornal O Alto Jacuí, Moacir relembrou a trajetória de trabalho.
Natural de Palmeira das Missões, onde nasceu, morou no início da infância no Rincão Seco, interior de Ibirubá. Posteriormente a família foi morar em uma propriedade na localidade de Portão, interior de Cruz Alta.
De bancário a balconista, Moacir passou por diferentes experiências. Trabalhou de 1985 a 2008 na RBS TV e vivenciou a fase mais potente da emissora.
“Inicalmente entrei para a área de vídeo, mas não gostei e descobri a área comercial. Trabalhava no Bradesco na época, tinha 20 anos e iria assumir a subgerência de uma agência em Saldanha Marinho quando surgiu a possibilidade de trabalhar na comercialização de propaganda e buscar anunciantes”, relembra Moacir.
A mudança de trabalho deu certo por 23 anos. Nesse tempo percorreu diferentes cidades do Estado onde a empresa de comunicação gaúcha tinha sucursais.
Com as mudanças tecnológicas que o ramo televisivo passou, Moacir observa que a potência hoje está no rádio. “A rádio é universal, vai com você onde você está”, destaca.
A RBS TV Cruz Alta que chegou a ter 78 funcionários em sua rede hoje conta com seis pessoas trabalhando e tem uma abrangência regional, onde um mesmo diretor coordena Santa Rosa, Passo Fundo e Ijuí.
Fenatrigo será realizada de 5 a 9 de outubro
A Fenatrigo foi por muitos anos e busca atualmente retomar esse status, de uma das feiras mais importantes da região para o agronegócio, comércio e indústria. Para explicar o momento atual em que a feira se encontra, de retomada,
Moacir contextualiza toda a produção de trigo no Estado.
“Cruz Alta teve a felicidade de em meados de 1975 realizar a Feira Nacional do Trigo e se tornou a capital nacional do trigo. Começou em uma época onde o trigo estava forte, onde eram plantadas 130 mil hectares de trigo na região”, relembra.
Nessa época de bons números a Fenatrigo se tornou referência. No entanto, com a expansão da soja no mercado agrícola o trigo foi perdendo força e refletindo na própria feira.
“A soja foi a revolução da agricultura e parou o cultivo do trigo durante o inverno, assim a Fenatrigo parou junto. Faz 47 anos que se realizou a primeira edição e estamos somente na 16º”, observa Moacir.
A retomada do trigo no Estado foi depois dos anos 2000, mas ganhou força a partir de 2014. Mesmo assim, os números de hectares plantados, que gira em torno de 30 mil, não chegam nem perto do que nos primeiros anos de feira.
“O trigo é sensível, tem que colher na hora exata, se tem uma chuva a mais perde a qualidade. E existe também o paradigma governamental, que não se tem investimentos, garantias, preocupação com a liquidez”, observa.
O desafio dos organizadores é fortalecer a Fenatrigo.
A edição de 2022 seria realizada em maio, mas ainda no final do ano passado foi optado por realizar em outubro entre os dias 5 a 9, em Cruz Alta.
O trabalho de organização é realizado por voluntários que acreditam no potencial da feira para a região.
“São mais de 300 pessoas que trabalham por boa vontade por tudo isso. É gratificante quando consegue ver tudo se realizando, buscando resgatar a origem da feira”, destaca Moacir.
Atuação na Farsul
Moacir também é presidente da Regional 13 da Farsul e presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta. Em sua visão é necessário trazer o trabalho dos jovens para essas áreas, para trabalhar com uma visão mais moderna frente às pautas que se apresentaram.
“Faz uns seis anos que retornei minha atuação no sindicato. O maior problema é que o papel do sindicato não é valorizado, não tem um engajamento, somente quando surgem problemas, secas. Mas buscamos estruturar esse trabalho”, enfatiza.
Moacir observa com positividade a expansão e profissionalização da Farsul, que ganha cada vez mais credibilidade e atuação no Estado.
“A Farsul foi regionalizada para poder ter uma comunicação mais rápida entre as demandas de cada município. Somos um porta-voz da Farsul e ela é o nosso no Estado e a nível Federal”, observa.