Há 10 anos, em 8 de maio de 2013, a “Operação Leite Compensado” foi realizada no Rio Grande do Sul, inclusive em Ibirubá, para investigar a adição de água e ureia no leite, técnica usada para aumentar o volume do produto e o rendimento das vendas. A investigação denunciou 275 pessoas por adulterações na produção da bebida e 25 réus já foram condenados pela Justiça.
Segundo o Ministério Público (MP), existiam duas formas de adulteração do leite: uma para melhorar a qualidade da bebida estragada e outra para aumentar o volume da carga, com adição de água e ureia. A cada 100 litros de leite produzidos, eram acrescentados 10 litros de água e um de ureia.
A fraude foi descoberta em 2012, quando análises do Ministério da Agricultura (MAPA) detectaram a presença de formol em amostras de leite de dois locais diferentes do estado, devido à adição de ureia. Com a prática de adicionar formol tendo sido banida havia cerca de 30 anos, houve desconfiança. A investigação começou a partir de dois laudos com uma substância cancerígena, em situações distintas do estado e em produtores diversos.
A Operação Leite Compensado foi realizada após dois meses de investigação, com autorização judicial para monitoramento, vigilância, escutas telefônicas, filmagens e fotografias. Posteriormente, mandados de busca e apreensão e de prisão foram expedidos em diversas cidades do RS incluindo Ibirubá. A cada etapa da cadeia da produção de leite, os atores participavam da fraude de alguma maneira. Para não perder contratos com produtores, a indústria fazia vista grossa para a irregularidade.
Acordos com envolvidos no esquema revertiam R$ 12 milhões para fiscalização e combate a fraudes no setor. Até 2017, 25 réus já haviam sido condenados pela Justiça, e a situação atual da produção de leite no estado é de maior fiscalização. Segundo o MP, a operação "é considerada um marco na segurança alimentar em nível nacional". A fraude no leite afetou a confiança dos consumidores e prejudicou os produtores que trabalhavam dentro da lei, uma vez que o preço do produto era artificialmente reduzido pelo esquema fraudulento.
O impacto em Ibirubá
O Ministério Público ofereceu à Justiça em Ibirubá a denúncia de 12 suspeitos da fraude do leite com água e ureia. Eram empresários, funcionárias de posto de resfriamento, produtores rurais e o representante de uma cooperativa. Seis chwgaram a ser presos preventivamente na cidade, após a Operação Leite Compen$ado. O promotor Mauro Rochenbach denunciou o grupo por formação de quadrilha e adulteração de produto alimentício. Três são acusados também por lavagem de dinheiro.