Advogada explica a importância da análise individualizada de cada caso, destaca os impactos da reforma da previdência e reforça: “não desistam dos seus direitos”
Com uma abordagem acessível e humanizada, a advogada Rafaela Franke Koling tem se destacado na região ao orientar trabalhadores e aposentados sobre os complexos caminhos do direito previdenciário. Natural de Selbach e formada pela Unicruz em 2019, ela atua na área desde então e afirma que o interesse surgiu ao perceber a falta de informação e suporte sobre aposentadorias e benefícios do INSS.
“Eu sempre digo que o direito previdenciário me escolheu. Depois de dois anos estudando para concursos, percebi uma carência muito grande de informação e comecei a estudar mais a fundo essa área. A demanda foi surgindo naturalmente”, conta Rafaela.
Segundo a advogada, uma das maiores dúvidas da população envolve o momento certo de se aposentar. “Muitas pessoas chegam com a ideia de que já poderiam estar aposentadas, mas não sabem que a reforma da previdência de 2019 alterou regras importantes. A idade mínima para aposentadoria por idade, por exemplo, aumentou para 62 anos para mulheres e permanece em 65 anos para homens, com pelo menos 15 anos de contribuição”, explica.
Outro impacto significativo da reforma foi a exclusão da conversão de tempo especial — aquele exercido sob condições insalubres ou perigosas — para quem trabalhou exposto a agentes nocivos após 2019. “Essa foi uma das maiores frustrações, especialmente para trabalhadores da área da saúde, da indústria e do transporte. Hoje, quem não comprovou esse tempo até 2019 já perdeu esse direito”, lamenta.
A advogada destaca ainda que cada caso precisa ser analisado individualmente. “Não existe uma receita pronta. Às vezes, um detalhe, como ter ajudado os pais na lavoura na adolescência, pode garantir alguns anos de tempo rural e antecipar a aposentadoria. É preciso montar uma linha do tempo e pensar estrategicamente.”
Rafaela também orienta sobre benefícios menos conhecidos, como o BPC/LOAS — voltado a idosos ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, mesmo sem contribuição prévia ao INSS — e o auxílio-acidente, um benefício indenizatório para quem ficou com sequelas permanentes que reduzem sua capacidade de trabalho. “Muita gente desconhece esses direitos. Já consegui reverter casos de pessoas que tinham desistido, como uma senhora de 75 anos que pensava não ter mais chance.”
Para ela, o papel do advogado é fundamental em todas as etapas do processo. “Hoje, com a análise automática dos pedidos pelo INSS, qualquer erro de preenchimento pode gerar indeferimento. Nós fazemos um trabalho artesanal. Eu organizo cada requerimento com uma narrativa clara e documentos completos. E sigo acompanhando o cliente até a obtenção do benefício.”
Além do trabalho no escritório, Rafaela utiliza as redes sociais como ferramenta de divulgação e informação. Com mais de 3.500 seguidores, ela produz vídeos curtos com explicações simples sobre temas como aposentadoria rural, revisão de benefício e pensão por morte. “Meu objetivo é falar como se eu estivesse explicando para minha avó. Sem juridiquês, com empatia e clareza.”
A advogada também destaca a importância de não desistir diante de negativas do INSS. “Muitas vezes o indeferimento acontece por questões técnicas, como um erro no PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), documento essencial para comprovar atividades insalubres. Sempre vale a pena recorrer e buscar alternativas.”
Para quem está iniciando o processo de aposentadoria, Rafaela deixa um recado: “Não espere o benefício ser negado para procurar ajuda. Faça uma análise prévia com um especialista, evite frustrações e garanta o melhor benefício possível.”
