O documento foi assinado na sexta-feira (7) em Cruz Alta durante o Fórum Nacional do Trigo que ocorreu dentro da programação da Fenatrigo. A Cooperação Técnico Comercial visa estabelecer ações de forma conjunta para a multiplicação de sementes, na Safra de 2023, e para fomento da cultura do trigo a partir de variedades comerciais da BSBIOS, a partir da Safra de 2024.
O presidente da BSBIOS Erasmo Carlos Battistella destacou a importância de parcerias para o desenvolvimento deste novo mercado que está sendo aberto aos produtores de trigo e triticale. “É uma oportunidade viável de renda para a cultura de cereais de inverno e os resultados desta parceria trarão benefícios diretos a cadeia produtiva do trigo, permitindo agregação de valor aos cereais de inverno para fins de produção de biocombustíveis, bem como para fortalecer o mercado tritícola e subprodutos destes,” salientou o empresário.
A Cotribá é parceira da BSBIOS no fornecimento de matéria-prima desde o início do projeto da empresa.“Sempre estivemos ao lado das entidades e de nossos produtores no movimento de incentivar o trigo”, destacou Celso Krug, presidente da Cotribá, a mais antiga cooperativa de produtores do cereal. “Nos meus 46 anos à frente da cooperativa sempre compramos toda a produção de trigo do produtor e queremos continuar e crescer nessa jornada. Nossos profissionais técnicos já estão conscientizados de que esta é mais uma opção e um caminho importante para a triticultura de nosso Estado.” destacou.
O Estado do Rio Grande Sul tem, durante o período do inverno, uma área significativa de lavouras que permanecem em pousio, sem cultivos comerciais. Estas áreas compõem uma ótima oportunidade para o desenvolvimento de culturas, como o trigo e a triticale, gerando renda, diluindo custos fixos e permitindo a rotação de culturas nestas áreas.
Fórum Nacional do Trigo
Sobre o Fórum Nacional do Trigo, Celso Leomar Krug destacou a importância da Cotribá para a triticultura “A Cotribá sempre foi uma grande incentivadora do trigo produzido no Rio Grande do Sul, estando sempre presente junto a entidades que representam o setor. Hoje, contamos com dezenas de agrônomos em todas as regiões gaúchas, contribuindo com novas informações, produtos e técnicas para nossos associados e produtores conquistarem mais espaço com a produção de suas culturas de inverno. Por sua relevância, o Fórum já se tornou um momento privilegiado para os triticultores dentro da Fenatrigo, com uma importante representatividade”, afirmou o presidente.
A programação do Fórum Nacional do Trigo teve início com a palestra “Mercado do trigo e os impactos das exportações para o RS”, com o gerente de relacionamentos da HedgePoint Global Markets, Roberto Sandoli, seguida da palestra conduzida pelo presidente da BSBios, Erasmo Carlos Battistella, sobre o “Etanol: uma nova oportunidade para o trigo gaúcho”.
Contando com a presença de mais de uma centena de produtores rurais, empresários, técnicos e autoridades locais, os debates encerraram após a realização do Painel “Trigo como aliado aos resultados do produtor”, onde foram tratados os temas: “Trigo sob o ponto de vista técnico”, com o gerente de pesquisa e tecnologia da CCGL, Geomar Mateus Corassa; “Trigo sob o ponto de vista econômico”, com o pesquisador do setor de Economia Rural da Fundação ABC, Cláudio Kapp Júnior; e “Trigo sob o ponto de vista do agricultor”, que foi abordado pelo produtor rural da Terraboa Agrícola, Tiago Lebrelotto Ruber.
De acordo com o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, a cultura do trigo oferece diversas vantagens aos agricultores. “Além de benefícios agronômicos e ao sistema de produção, o trigo ainda oferece uma melhor sustentabilidade da propriedade. Através de depoimentos, vimos que agricultores que tinham trigo semeado no inverno tiveram uma vantagem competitiva no que diz respeito à rentabilidade da propriedade, por conseguirem buscar renda em mais um período no ano, não dependendo somente do verão”. Para Fernando, além da evolução genética e das técnicas de manejo, a mudança que teve grande impacto na cultura do trigo nos últimos anos é o surgimento de diversas vias de comercialização, o que acaba por gerar liquidez ao agricultor. “A produção pode ser destinada aos moinhos, à exportação ou para o mercado de ração, sem contar em novos negócios surgindo, como é o caso das indústrias de etanol”, cita. Com isso, os produtores se veem mais confortáveis com a cultura, não apenas por suas vantagens administrativas e agronômicas, mas também pelas vias de comercialização cada vez mais robustas. “Por consequência, o trigo ajuda a tornar a agricultura gaúcha mais sustentável”, declarou.
BSBIOS Etanol
Prevista para operar em Passo Fundo , a partir do ano de 2024, com o processamento de 750 toneladas/dia de cereais e 1500 toneladas/dia na segunda fase, em 2027, o projeto representa um investimento total de R$ 556 milhões no período. O empreendimento deve representar um incremento de R$ 1,3 bilhão em faturamento anual para o ECB Group, e vai gerar 143 novos empregos diretos e aproximadamente 1.000 indiretos. A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina) ou hidratado (consumo direto), e terá capacidade de 111 milhões de litros/ano em sua primeira fase e, atingirá 220 milhões de litros/ano, dobrando sua capacidade, quando totalmente instalada. A unidade também produzirá 70 mil ton/ano de DDGS, um farelo destinado para a ração animal, em sua primeira fase, e 155 mil ton/ano a partir de 2027.