14 de outubro, 2022 17h10m Fenatrigo por Cristiano Lopes

Cotribá assina parceria para produção de biodiesel de trigo durante o Fórum Nacional do Trigo

A Cotribá deu um passo importante para a ampliação do mercado para os produtores de trigo da cooperativa. A entidade formalizou com a BSBIOS um protocolo de intenções para estabelecer ações que contribuirão diretamente com a cadeia produtiva do trigo como fornecedora de matérias-primas para projeto de produção de etanol a partir de cereais de inverno.

Assinatura do ptotocolo trará benefícios diretos para os produtores da Cotribá no mercado de biodiesel.
Assinatura do ptotocolo trará benefícios diretos para os produtores da Cotribá no mercado de biodiesel.

O documento foi assinado na sexta-feira (7) em Cruz Alta durante o Fórum Nacional do Trigo que ocorreu dentro da programação da Fenatrigo. A Cooperação Técnico Comercial visa estabelecer ações de forma conjunta para a multiplicação de sementes, na Safra de 2023, e para fomento da cultura do trigo a partir de variedades comerciais da BSBIOS, a partir da Safra de 2024.

O presidente da BSBIOS Erasmo Carlos Battistella destacou a importância de parcerias para o desenvolvimento deste novo mercado que está sendo aberto aos produtores de trigo e triticale. “É uma oportunidade viável de renda para a cultura de cereais de inverno e os resultados desta parceria trarão benefícios diretos a cadeia produtiva do trigo, permitindo agregação de valor aos cereais de inverno para fins de produção de biocombustíveis, bem como para fortalecer o mercado tritícola e subprodutos destes,” salientou o empresário.

A Cotribá é parceira da BSBIOS no fornecimento de matéria-prima desde o início do projeto da empresa.“Sempre estivemos ao lado das entidades e de nossos produtores no movimento de incentivar o trigo”, destacou Celso Krug, presidente da Cotribá, a mais antiga cooperativa de produtores do cereal. “Nos meus 46 anos à frente da cooperativa sempre compramos toda a produção de trigo do produtor e queremos continuar e crescer nessa jornada. Nossos profissionais técnicos já estão conscientizados de que esta é mais uma opção e um caminho importante para a triticultura de nosso Estado.” destacou.

O Estado do Rio Grande Sul tem, durante o período do inverno, uma área significativa de lavouras que permanecem em pousio, sem cultivos comerciais. Estas áreas compõem uma ótima oportunidade para o desenvolvimento de culturas, como o trigo e a triticale, gerando renda, diluindo custos fixos e permitindo a rotação de culturas nestas áreas.

Fórum Nacional do Trigo


Sobre o Fórum Nacional do Trigo, Celso Leomar Krug destacou a importância da Cotribá para a triticultura “A Cotribá sempre foi uma grande incentivadora do trigo produzido no Rio Grande do Sul, estando sempre presente junto a entidades que representam o setor. Hoje, contamos com dezenas de agrônomos em todas as regiões gaúchas, contribuindo com novas informações, produtos e técnicas para nossos associados e produtores conquistarem mais espaço com a produção de suas culturas de inverno. Por sua relevância, o Fórum já se tornou um momento privilegiado para os triticultores dentro da Fenatrigo, com uma importante representatividade”, afirmou o presidente.

A programação do Fórum Nacional do Trigo teve início com a palestra “Mercado do trigo e os impactos das exportações para o RS”, com o gerente de relacionamentos da HedgePoint Global Markets, Roberto Sandoli, seguida da palestra conduzida pelo presidente da BSBios, Erasmo Carlos Battistella, sobre o “Etanol: uma nova oportunidade para o trigo gaúcho”. 

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Contando com a presença de mais de uma centena de produtores rurais, empresários, técnicos e autoridades locais, os debates encerraram após a realização do Painel “Trigo como aliado aos resultados do produtor”, onde foram tratados os temas: “Trigo sob o ponto de vista técnico”, com o gerente de pesquisa e tecnologia da CCGL, Geomar Mateus Corassa; “Trigo sob o ponto de vista econômico”, com o pesquisador do setor de Economia Rural da Fundação ABC, Cláudio Kapp Júnior; e “Trigo sob o ponto de vista do agricultor”, que foi abordado pelo produtor rural da Terraboa Agrícola, Tiago Lebrelotto Ruber.

De acordo com o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, a cultura do trigo oferece diversas vantagens aos agricultores. “Além de benefícios agronômicos e ao sistema de produção, o trigo ainda oferece uma melhor sustentabilidade da propriedade. Através de depoimentos, vimos que agricultores que tinham trigo semeado no inverno tiveram uma vantagem competitiva no que diz respeito à rentabilidade da propriedade, por conseguirem buscar renda em mais um período no ano, não dependendo somente do verão”. Para Fernando, além da evolução genética e das técnicas de manejo, a mudança que teve grande impacto na cultura do trigo nos últimos anos é o surgimento de diversas vias de comercialização, o que acaba por gerar liquidez ao agricultor. “A produção pode ser destinada aos moinhos, à exportação ou para o mercado de ração, sem contar em novos negócios surgindo, como é o caso das indústrias de etanol”, cita. Com isso, os produtores se veem mais confortáveis com a cultura, não apenas por suas vantagens administrativas e agronômicas, mas também pelas vias de comercialização cada vez mais robustas. “Por consequência, o trigo ajuda a tornar a agricultura gaúcha mais sustentável”, declarou.

BSBIOS Etanol

Prevista para operar em Passo Fundo , a partir do ano de 2024, com o processamento de 750 toneladas/dia de cereais e 1500 toneladas/dia na segunda fase, em 2027, o projeto representa um investimento total de R$ 556 milhões no período. O empreendimento deve representar um incremento de R$ 1,3 bilhão em faturamento anual para o ECB Group, e vai gerar 143 novos empregos diretos e aproximadamente 1.000 indiretos. A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina) ou hidratado (consumo direto), e terá capacidade de 111 milhões de litros/ano em sua primeira fase e, atingirá 220 milhões de litros/ano, dobrando sua capacidade, quando totalmente instalada. A unidade também produzirá 70 mil ton/ano de DDGS, um farelo destinado para a ração animal, em sua primeira fase, e 155 mil ton/ano a partir de 2027.


 

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